sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

DIA ESCALDANTE

 Ontem o dia estava escaldante, foi um dia difícil pra mim, muita dor, doía até a alma, estou com uma dor no calcanhar direito  desde de terça-feira, só que ontem a dor estava insuportável, fiquei de molho o dia inteiro,  como no período da manhã estou cuidando do meu sobrinho Matheus, não fui ao hospital, pensei " irei no período da tarde" - mas o dia estava escaldante, não saí de casa, fiquei tomando remédio por conta própria, o que é totalmente errado fazer, mas minha mãe, Santa Luzia, pediu para eu misturar sal com vinagre e passar onde estava a dor e enfaixar o pé e ficar deitada, então, fui fazer o que ela mandou e aproveitei e tomei mais um comprimido pra dor, o que me fez dormir o resto da tarde, foi batata, quando acordei já estava conseguindo colocar o pé no chão, mas ainda sentia algumas dores, mas bem menos que antes, levantei tomei banho e voltei a deitar no sofá de perna pro ar, na televisão só desgraça, por conta das chuvas quem vem castigando São Paulo, por volta das oito horas da noite, tive que ficar com Matheuzinho novamente, esse menino é uma graça, um ano e cinco meses de muita travessura, o engraçado é que ele adora dançar e conversar, ele presta atenção na sua fala, olha dentro dos seus olhos, parecia entender tudo que eu falava, por volta das oito e meia seus pais chegaram para levá-lo embora, ele chora não querendo ir, pela manhã quando chegou por volta das sete e meia chorava por não querer ficar longe dos pais que iam para o trabalho, criança é assim, choros instantâneos de acordo com o momento que está propício à eles, mas Matheuzinho teve que ir embora, então, deitei novamente no sofá e continuei a ler o livro Exílio na Ilha Grande de André Torres, livro este que comprei na loja do Buzo indicado por ele e a sua esposa Marilda, a televisão continuava ligada, tamanha foi minha surpresa quando no final da novela das nove vi e ouvi o depoimento de superação de vida, de luta e sobrevivência de um ex-presidiário que ficou na cadeia por 31 anos, e que recomeçou sua vida através da escrita e ajuda dos amigos, ele disse:  " não lembrava mais do meu passado, da minha infância, então, pedi para minha mãe contar como eu era, como foi a minha infância" - desde então, começou a escrever fazendo uma autobiografia, publicou alguns livros depois de cumprir sua pena, fiquei de boca aberta, abismada, pois a duas semanas atrás havia comprado o livro dele que se chama Tesão e Prazer ( Memórias eróticas de um prisioneiro), seu nome Luiz Alberto Mendes, escritor cujo o nome, o escritor Robson Canto homenageou-o, batizando sua biblioteca particular de Luiz Aberto Mendes - as vezes ignoramos coisas que achamos fúteis ( novela), mas mesmo nas coisas fúteis, também existem uma forma de conhecimento e lição de vida.
Para terminar a noite, fiz uma caipirinha e fui para a área dos fundos contemplar a Lua que estava linda e a noite continuava escaldante.

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